Pólo de Desenvolvimento Integrado Açu/Mossoró.

Pólo de Desenvolvimento Integrado Açu/Mossoró trata-se de uma redefinição da área que antes compreendia, equivocadamente, apenas o perímetro irrigado de Açu às margens da barragem Armando Ribeiro Gonçalves. A constatação da existência de um grande dinamismo em Mossoró, no que diz respeito à produção de frutas irrigadas, fez com que este município e sua zona de influência passassem não só a fazer parte do pólo como o próprio município de Mossoró se colocasse como sua sede.

Mossoró, desde os anos 1970, vem constituindo-se num importante centro comercial, cuja característica marcante é a diversificação tanto de serviços, quanto de produção de insumos, concentrando, em maior escala que Açu, fluxo monetário. E ainda, como aspecto de maior relevância, observa-se a existência de um número significativo de agro-indústrias na área de influência daquele município, que abriga inclusive a maior delas (de capital local) no âmbito do Pólo e que tem maior projeção nacional e internacional, a MAISA.

A área que compreende o Pólo Integrado Açu/Mossoró é de 6.597 km2, tem uma população de 305.677 habitantes, possui o IDH de 0,414 e localiza-se no noroeste do estado do Rio Grande do Norte, numa região semi-árida . Está distribuída nos municípios do entorno de Açu e de Mossoró, formando duas subzonas que, segundo as concepções do Pólo, tendem a ser integradas em virtude da produção de frutas irrigadas como maior especificidade econômica desse espaço. As subzonas têm a seguinte composição: a subzona de Mossoró que agrupa os municípios influenciados diretamente por Mossoró, a saber: Apodi, Baraúna, Governador Dix-Sept Rosado, Serra do Mel, Areia Branca, Upanema e Caraúbas, e a subzona do Açu, que compreende os seguintes municípios: Açu, Ipanguaçu, Carnaubais, Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra, Pendências e Itajá.



Cada uma das subzonas tem sua própria peculiaridade no que diz respeito ao processo histórico de desenvolvimento. Entretanto, a principal característica diferenciadora diz respeito ao modo como cada sede das subzonas e os municípios sob sua influência promovem a captação d'água para irrigação. Na subzona Mossoró, a captação é feita principalmente através de poços artesianos. Em Mossoró, por exemplo, a maioria destes poços é de grande profundidade (entre 700 a 1.000 m), sendo, portanto bastante onerosa tanto no que diz respeito à perfuração quanto a sua manutenção. Já na subzona do Açu, o principal meio de captação d'água para irrigação dos projetos frutícolas é através de canais (do Baixo-Açu ou do Pataxó) ou diretamente do leito do rio Piranhas-Açu, perenizado pela barragem Armando Ribeiro Gonçalves.Na subzona de influência de Mossoró, as atividades de irrigação nascem por intermédio da iniciativa privada, ganhando corpo a partir dos anos 60, com o pioneirismo da MAISA e, posteriormente, com a implantação de outra importante agro-indústria, a Fazenda São João. Até bem recentemente, a MAISA vinha se consolidando como empresa âncora (entre as empresas locais) que utiliza frutas tropicais como matérias-primas para a produção de semi-manufaturados, como é o caso de polpas, além de ser uma intermediária de grande peso na compra de produção de terceiros para exportação.Tanto na subzona do Açu quanto na subzona de Mossoró, as políticas governamentais tiveram participação decisiva na consolidação da agricultura irrigada, através da isenção de impostos, intervindo diretamente no mercado de terras para o favorecimento das empresas de maior porte ou ainda preparando infra-estruturas como estradas, energia elétrica e até mesmo perfurando poços, e evidenciando uma completa distorção dos programas iniciais, que tinham como meta forjar um grande contingente de irrigantes entre os pequenos produtores locais deslocados para o perímetro irrigado.

Todas estas inversões, apesar da parcialidade dos resultados sociais, acabaram por provocar um dinamismo bastante intenso no setor de fruticultura do Estado. Esta modernização é caracterizada pelos índices bem elevados de produção e de produtividade. Além disso, percebe-se que a pauta tem se diversificado bastante com a introdução de frutas, como a manga e a banana. Entretanto, o melão continua sendo o grande responsável pelos bons índices de exportação, fazendo do Estado, nos anos 90, o maior produtor do país, com 90% do total nacional exportado. Os principais parceiros da economia do RN no que se refere ao destino das frutas têm sido os Estados Unidos, a União Européia e, com grande perspectiva, o MERCOSUL.



REFERÊNCIA

GOMES, A. O Pólo Fruticultor Açu/Mossoró (RN). Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1970%3Ao-polo-fruticultor-acumossoro-rn-&catid=58&Itemid=414>. Acesso 10 de ago. de 2013.

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