quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pólo de Desenvolvimento Integrado Açu/Mossoró


No território Açu/Mossoró se destaca pela predominância da população rural em relação à urbana. Pode-se afirmar que, a renda das famílias rurais é oriunda, principalmente, da produção agrícola.
Um fato relevante para essa análise é que, dentre os três segmentos que se destacam na composição da renda, a produção agrícola, mesmo com todas as suas limitações têm se destacado como uma das atividades que mais contribui para renda, pois para 93,20% a principal fonte de renda das famílias rurais, porém insuficiente para lhes garantir uma boa qualidade de vida.
Considerando a diversidade de cadeias produtivas existentes no território como: a fruticultura, a pecuária, que tem como destaque a bovinocultura e a ovino e capino cultura, que são as criações tradicionais no território; a pesca e a aqüicultura, a apicultura, que se destaca pela produção de mel de abelha, a cera, o pólen, o própolis, a geleia real entre outros
A produção de frutas frescas para o mercado externo no semi-árido é, atualmente, um das atividades mais dinâmicas do estado e merece realce dentro da expansão do agronegócio brasileiro. A partir dos anos 90 do século passado, o Banco do Nordeste passou a denominar a área do oeste do Rio Grande do Norte, produtora de frutas tropicais irrigadas, de Pólo de Desenvolvimento Integrado Assu/Mossoró, com sede em Mossoró e com uma área 6,5 mil km2. Ações modernizadoras, públicas e privadas, deram origem a produtos que têm extrapolado os limites geográficos da região e se inserido no seletivo cenário mundial da produção capitalista globalizada. É o caso, por exemplo, da manga, da castanha de caju, da melancia e, principalmente, do melão, os quais têm sido exportados para diversos países. A fruta é cultivada em cerca de 12 mil hectares do eixo Assu-Mossoró-Baraúna, o qual responde por 80% do melão exportado pelo Brasil (Tribuna do Norte, 13/11/2005). Outras frutas que merecem destaque são a banana, a manga e a castanha de caju.


Sem uma política de diversificação, os agricultores familiares se movem apenas a partir das oscilações do mercado (produção de frutas para a exportação), aumentando a competição, em um número cada vez mais reduzido de agricultores, elevando a dependência destes do mercado e acirrando ainda mais o caráter desigual do desenvolvimento.
No Pólo de fruticultura Assu/Mossoró, não há uma uniformidade quanto ao tamanho das propriedades nem ao perfil dos produtores, sendo encontrada a produção irrigada de frutas, tanto entre os pequenos proprietários – muitos dos quais assentados do programa de reforma agrária – quanto em médias e grandes empresas como a Nolem, maior produtora e exportadora de melões do Brasil, e a Delmont – no Vale do Assu – uma das três multinacionais que dominam a produção mundial de bananas.
Assim, enquanto nas regiões rurais de países desenvolvidos os agricultores familiares vêm lutando por mais autonomia nos processos de desenvolvimento, por meio de estratégias localizadas de diversificação, e resistindo aos insumos externos, no espaço rural do Pólo Assu/Mossoró a reconfiguração ocorre em sentido inverso.
Visando inicialmente o mercado interno e regional, alguns projetos de assentamento foram, citando VAN DER PLOEG (1994), se mercantilizando até atingir o padrão de produção exigido pelo mercado externo. Nessa estratégia de “integração”, em que as empresas atuavam como âncoras, se destacam a MAISA, na área de influência de Mossoró, e a FRUNORTE, na área de influência de Açu. Estimulada pela política de financiamentos especiais, como o Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária, PROCERA, criado em 1986, e a partir de 1999 com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, PRONAF, este criado em 1996, difundiu-se na região do Pólo a produção irrigada com base na agricultura familiar.
 

O processo de desenvolvimento recente do Pólo Assu/Mossoró tem real papel da agricultura familiar uma vez que processos e reorganização do trabalho e do espaço, de acordo com os padrões da moderna ciência agrícola são introduzidos mediante a difusão de modelos técnicos promovidos pelas empresas globalizadas. 




REFERÊNCIA

NUNES, E.M.; SILVA, M.R.F.; GONDIM, M.R.F.; OLIVEIRA, I.A; FRANÇA, A.R.M. Território da Cidadania Açu/Mossoró. 2011. Disponível em: <http://sit.mda.gov.br/download/ra/ra001.pdf>. Acesso em: 14 de ago. de 2013.

NUNES, E. M.; SCHNEIDER, S.; FILIPPI, E. E. Arranjos Produtivos Locais e AgriculturaFamiliar no Pólo de Desenvolvimento Integrado Assu-Mossoró (RN). Disponível em:<http://teste.gschutz.com/EGEPE/files/t16720100353_1.pdf>. Acesso em: 14 de ago. de 2013.

SOUZA, F.C.S. Analise da Sustentabilidade da Fruticultura Irrigada no Semi-Árido Norte-Rio-Grandense. 2006. Disponível em: < http://www.sober.org.br/palestra/5/172.pdf> Acesso em: 14 de ago. de 2013

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